Ao que tudo indica, 2024 será um ano positivo para o mercado imobiliário, repetindo a alta de crescimento de 2023, que registrou um aumento de 22% nas vendas de imóveis novos em relação a 2022, chegando a mais de 110 mil unidades vendidas (imóveis novos).
Alguns fatores que explicam a alta procura por imóveis se deve, basicamente, a dois fatores: a) redução da taxa básica de juros, que na última reunião do Copom (08/05) recuou mais 0,25 ponto percentual – repetindo a tendência de queda; o IPCA segue igualmente em queda no acumulado de 12 meses, dentro do intervalo de tolerância definido pelo Banco Central (4,75%), o que gera um aumento do volume do crédito imobiliário; e b) visto que o déficit habitacional ainda é alto no Brasil (6 milhões de unidades familiares, segundo a Fundação João Pinheiro), as vendas e lançamentos no âmbito do Minha Casa Minha Vida (MCMV) continuam em ascensão; assim como o mercado de médio e alto padrão (MAP), cujo estoque segue abaixo da média histórica (18 meses de duração), segundo dados da ABRAINC.
Em relação a confiança dos empresários do setor, em estudo da Delloite e da ABRAINC indica que 100% das empresas que trabalham no segmento MCMV pretendem lançar pelo menos um empreendimento nos próximos 12 meses, no MAP, 79%, e as expectativas para novas aquisições de terrenos mantém um bom patamar (80%).
Outros fatores interessantes têm impulsionado o mercado imobiliário, como por exemplo, o crescimento do chamado “multifamily”, um modelo já bem conhecido no exterior, no qual uma empresa é detentora de todos os apartamentos de um empreendimento e os moradores são locatários, com uma gama de serviços à sua disposição (lavanderia, limpeza, concierge, personal treainer, etc).
Outro fator importante foi o surgimento de novas tecnologias para impulsionar as vendas pelas incorporadoras, como por exemplo a “visão 360º” em 3D de uma unidade pronta, onde o cliente pode ter uma experiência bem próxima a realidade no momento da compra, assim como o uso de ferramentas digitais e aplicativos para a elaboração de contratos imobiliários, que torna o processo muito ágil e seguro, e o monitoramento por aplicativo de ocupação de unidades em sistema de locação de curto prazo (“short stay”).
Embora, pela média das 6 principais capitais do país, o preço do metro quadrado tenha subido em relação a 2023, é importante destacar um aumento expressivo no aumento de vendas dos imóveis de luxo, cujo público tem buscado serviços personalizados, que oferecem conforto e praticidade.
Esse é um público que tem exigido imóveis que possuam algum tipo de certificação, dado que as construções “sustentáveis” trazem, de fato, economia de recursos naturais (água e energia, por ex.), o que acaba reduzindo o custo de condomínio e manutenção do imóvel no longo prazo e acrescem o valor médio de locação da unidade.
Por fim, vale dizer que as fontes alternativas de crédito, como os Fundos de Investimento, Letras de Câmbio Imobiliário (LCI´s), Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI´s), seguem em alta no Brasil, e o ano de 2024 tende a ser um dos melhores anos para a oferta de crédito imobiliário.
Por essa razão, acreditamos que o IFIX (principal índice da categoria) seguirá em alta em 2024, que em 2023 teve um aumento de 16% – em relação ao preço do início de janeiro daquele ano – fator que atrai investidores para o setor, inclusive em relação aos fundos imobiliários.
Esses fundos costumam ser constantemente comparados com a NTN-B, que é o título de renda fixa do governo atrelado à inflação (é uma prática comum entre os investidores exigir um prêmio acima desse título para investir em fundos imobiliários).
Todavia, o cenário de queda das taxas de juros e uma redução da inflação, de fato, retiram atratividade da NTN-B e podem fazer com que surja um fluxo de compra desses ativos na bolsa de valores, algo que tende a valorizar as cotas de fundos imobiliários no médio prazo, o que pode acarretar uma nova máxima do IFIX 2024.